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Resenha #316 Crepúsculo

Título: Crepúsculo
Série: Crepúsculo
Ordem: 1
Autor: Stephenie Meyer
Editora: Intrínseca
Gênero: Fantasia/ Romance/ Jovem Adulto/ Literatura Estrangeira
Páginas: 416
Ano: 2008
Classificação: 3,5 estrelas
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Sinopse: Isabella Swan chega à nublada e chuvosa cidadezinha de Forks – último lugar onde gostaria de viver. Tenta se adaptar à vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem, lidar com sua constrangedora falta de coordenação motora e se habituar a morar com um pai com quem nunca conviveu. Em seu destino está Edward Cullen. Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella – o que provoca nela uma inquietação desconcertante.

Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo “amor proibido”, alerta: Sou um risco para você. Ela é uma garota incomum. Ele é um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela.O que Bella não percebe é que quanto mais se aproxima dele, maior é o perigo para si e para os que a cercam. E pode ser tarde demais para voltar atrás…

Combinando sensualidade e mistério, romance e fantasia, Stephenie Meyer produz uma trama de extraordinário suspense neste primeiro volume da série que marcou sua estréia literária. Tremendamente sedutor, Crepúsculo mantém seus leitores ligados até a última página.

No ano em que o primeiro livro da saga escrita por Stephenie Meyer completa 15 anos de seu lançamento estadunidense, eu me lancei a leitura dessa história, talvez a que mais divida opiniões entre leitores, e até escritores (sim, Stephen King, se você estiver lendo essa resenha, eu sei o que você disse sobre Crepúsculo), desse modo, tive que me mudar para Forks junto com Bella.

Admito que, por muito tempo, estive do lado dos que criticavam, mesmo nunca tendo lido uma frase escrita por Stephenie, obviamente eu estava do lado errado da história, não por criticar, mas por não conhecer aquilo que eu criticava. Mas não se preocupe, eu não li a obra para falar mal, seria uma completa perda de tempo fazer isso, em geral, quando me proponho a consumir algo eu quero gostar. Não foi diferente com Crepúsculo.

A história, bem, é simples, Bella Swan é uma adolescente que mora na ensolarada Phoenix, até que questões com sua mãe e seu padrasto a fazem ir morar com seu pai, para Forks, onde o sol não aparece com frequência e a chuva cai mais que a própria Bella (se você leu, sabe do que eu estou falando). Bella então conhece Edward e sua família, os Cullen. A aparência
angelical da família Cullen a deixa intrigada e, bem, ela só consegue falar disso por muitas vezes. Nova casa, nova escola, novos amigos, novo vampiro namorado. Apesar da relutância inicial de se aproximar de Bella, Edward cede ao desejo de tê-la por perto e eles começam a se aproximar.

Crepúsculo é, em sua essência, uma história de amor adolescente, o primeiro amor da vida dos dois, diga-se de passagem. O que difere a obra de outros livros que tratam desse mesmo tema é a trama sobrenatural desenvolvida em paralelo. Edward é um vampiro com mais de cem anos de idade, tendo sido condenado a viver eternamente com seu corpo de quando
possuía 17 anos, sem nenhuma acne, saliento.

Bem, vampiros já tiveram diversas releituras, a obra mais conhecida, com toda certeza é Drácula, de Bram Stoker. Aqui, Stephenie mantém alguns elementos básicos, como a dieta vampiresca (aka. sangue), a preferência pela noite, porém os vampiros dessa história não são afetados por crucifixos, alho ou pela luz solar – essa última não os atinge da forma convencional -, os vampiros também não dormem em caixões, ou em qualquer outro lugar pois não têm essa necessidade. Outro diferencial, mas este específico da família Cullen, é que estes não se alimentam de sangue humano, somente de animais, há uma passagem em que brincam com essa
questão e se denominam “vegetarianos”.

O livro é narrado em primeira pessoa pela Bella e ela se sai muito bem no início do livro, as interações com humanos são interessantes, há um pequeno mistério sobre o porquê da mudança para Forks, o silêncio compartilhado com o pai é entendível. Mas aí ela perde tudo isso e passa a ficar obcecada por Edward, uma dependência física e emocional que se torna enjoativa e repetitiva.

A obsessão nos pensamentos da narradora é intensa, ela está perdidamente apaixonada por Edward, não existe mais nada, nem mesmo o medo de ser dilacerada na floresta pelo vampiro. Poucas vezes a personagem demonstra medo, há um fascínio irrestrito por tudo o que Edward fala ou faz, o que é entendível, até certo ponto, considerando que esta é sua primeira paixão. Edward, de outro bordo, luta contra sua natureza com toda sua força quando está perto de Bella, o cheiro que ela emana e a incapacidade dele em ler sua mente o fascinam. Um amor que coloca ambos no limite da razão e de suas respectivas naturezas.

É evidente que uma breve análise social foi feita durante a leitura, impossível não o fazer nos tempos em que nos encontramos. Em determinado ponto do livro, Bella declara que escreveu um projeto sobre o tratamento destinado às personagens femininas de Shakespeare, se este era misógino. Porém algumas passagens mostram tratamentos grosseiros e até intimidadores de Edward, quais são aplacados pelo olhar apaixonado da protagonista, mas a raiva do personagem emerge de forma constante, deixando Bella com medo de falar, muitas vezes. Provavelmente ciente dessa questão, a autora escreve um diálogo onde Edward diz que a raiva não era direcionada a ela, mas sim a ele mesmo, porém essa desculpa não me comprou de fato.

Outro ponto interessante jaz no final do livro, quando ocorre alguma ação, propriamente dita, apesar de haver uma cena bem interessante antes do meio do livro, quando Bella vai em Port Angeles, mas, apesar da tensão criada, a questão é finalizada rapidamente sem maiores problemas. Ao final, um vilão é criado para haver um clímax talvez. Este vilão faz algumas revelações sobre o passado de uma das irmãs de Edward e, bem, basicamente isso, há uma miseen-scène e até um discurso típico de vilão canastrão, onde ele conta todo o plano diabólico o qual montou para conseguir o que quer.

Apesar dos problemas, a leitura do primeiro volume da Saga Crepúsculo é muito divertido, apesar de capítulos relativamente grandes é uma leitura fluida e leve, sem grandes surpresas, mas instigando o leitor a continuar lendo para buscar um final feliz na história de amor dos pombinhos vampirinhos protagonistas. Ou até quando Jacob Black deixar isso acontecer…

Por fim, é inevitável comparar o livro com o filme, algumas considerações rápidas sobre: a adaptação é fiel em certos aspectos, mas destoa completamente em outros; o Edward de Robert Pattinson foi feito com enorme má vontade; a Bella de Kristen Stewart é perfeita, uma vez que também é chata como a narradora, da trilha sonora eu não vou falar porque a Ra gosta e eu não vim aqui para insultar os gostos das pessoas que me recebem nesse blog com tanto carinho (mas são musicas legais colocadas em momentos sem sentido #PrayForJoão).

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