
Título: Admirável Mundo Novo
Autor: Aldous Huxley
Editora: Biblioteca Azul
Páginas: 312
Ano: 2014
Gênero: Ficção/ Distopia/ Literatura Estrangeira/ Literatura Inglesa
Classificação: 5 estrelas
Sinopse: Um clássico moderno, o romance distópico de Aldous Huxley é indispensável para quem busca leituras sobre autoritarismo, manipulação genética, ficção especulativa e outros temas que, embora tenham surgido com força durante a primeira metade do século XX, se tornam cada dia mais atuais. Em uma sociedade organizada segundo princípios estritamente científicos, Bernard Marx, um psicólogo, sente-se inadequado quando se compara aos outros seres de sua casta. Ao descobrir uma “reserva histórica” que preserva costumes de uma sociedade anterior – muito semelhante à do leitor – Bernard vai perceber as diferenças entre esta civilização e a sua – e a partir de um sentimento de inconformismo ele desafiará o mundo. A história de Bernard se passa em um ambiente em que a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar a alienação; um universo que louva o avanço da técnica, a produção em série, a uniformidade contra a diversidade. Muitas das previsões de Huxley vieram a ser confirmadas anos mais tarde, como a tecnologia reprodutiva, as supostas técnicas de aprendizado durante o sono e a manipulação pelo condicionamento psicológico. Ao lado de obras como Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e 1984, de George Orwell, que criticavam os governos totalitários de esquerda e de direita, Admirável mundo novo figura na lista dos livros mais relevantes e influentes de todos os tempos. O clássico de Huxley não é somente um hábil exercício de futurismo ou de ficção científica, mas um olhar acerca do autoritarismo no mundo desde que o livro foi publicado, em 1932, e que continua a nos assombrar.
Bora de distopia meu povo?
Mais uma distopia clássica para a conta e eu tenho tanto para falar sobre esse livro… Bom, vamos começar com um resumo.
O livro vai nos apresentar uma nova ordem mundial e logo no primeiro capítulo a gente vai entender como as coisas funcionam. As pessoas são literalmente fabricadas, não existe mais o conceito de concepção natural e isso é até reprovado. Não temos mais mães e pais e muito menos o conceito de família, todos se pertencem e cada indivíduo pertence ao todo.
As pessoas são criadas com um propósito e são divididas entre Alfas, Betas, Gamas… e assim por diante, cada grupo tem o seu papel bem definido na sociedade e tudo se encaixa por serem geneticamente programadas para tal, ou seja, é um mundo sem grandes conflitos. Perfeito demais, né?!
Claro que nem tudo flui com perfeição, é então que conhecemos Bernard, um Alfa que não tem todas as características naturais de um Alfa – dizem as más línguas que algo deu muito errado na programação genética dele rs – enfim, Bernard é um cara meio contestador, ele não concorda com o estilo de vida e nem se sente confortável seguindo o status quo. Ele tem um interesse amoroso na história, mas se sente rejeitado por ela, ele sofre bullying de seus pares… é um cara que está em uma posição de poder, mas não está confortável com isso por conta das pessoas que o cercam.
Bom, um belo dia ele resolve visitar as regiões dos Selvagens e leva essa jovem que ele gostava, lá eles vão ter um choque com a realidade porque a vida entre os “selvagens” segue o rumo natural que nós conhecemos. Então as pessoas envelhecem, se casam, são monogâmicas e a poligamia é completamente reprovada, elas possuem uma religião e seguem ritos religiosos que muito se assemelham com os nossos, mas também vivem sem grandes recursos e saneamento, existem as doenças e o caos caminha ao lado de uma certa ordem. Um verdadeiro choque para quem vem de um estilo de vida absurdamente organizado.
Lá Bernard vai conhecer John, filho de uma Beta que se perdeu durante uma viagem a região dos Selvagens e que precisou se adaptar à nova realidade. John é uma mistura dos dois mundos e ao conhecer Bernard ele enxerga a possibilidade de conhecer o mundo que sua mãe tanto amava e dizia ser perfeito. Ao conhecer esse novo mundo, John é confrontado com as suas idealizações e a realidade de uma cultura ao qual não foi condicionado a aceitar e aí o que vai acontecer… só lendo para saber rs.
Eu gostei muito desse livro, o que mais me pegou foi a consciência de que tudo é perfeito demais e se encaixa. Nós temos várias críticas sociais que o autor coloca no livro, ele vai falar sobre o Fordismo que é o grande “deus” dessa sociedade, na escolha dos sobrenomes dos personagens também fica clara as alfinetadas. Bernard é um Marx rs então temos referência ao marximo e assim por diante.
Outra questão é que não temos grandes conflitos aqui, o maior é quando o Selvagem chega ao novo mundo e ele se torna um confrontador da ordem das coisas, mas as pessoas estão tão condicionadas e dominadas que não é viável uma derrubada de poder e até para os revoltosos os grandes líderes tem uma solução pacífica.
Muitas coisas me incomodaram também, principalmente tudo relacionado a crianças e a sexualização delas, desde muito cedo elas são incentivadas a isso e apesar do livro não trazer nada de forma explícita é muito desconfortável. O uso de drogas para manter as pessoas controladas, o poliamor… e o principal que é a questão do condicionamento mental. No livro explica muito bem como tudo é feito e isso é algo que eu não acredito que seja possível na vida real, mas faz muito sentido porque eu entendo o poder das palavras na mente do ser humano e como elas fazem a diferença.
Agora um aviso, se você busca por um livro cheio de emoções, tiro, porrada e bomba, você vai se decepcionar com esse. De todas as distopias que já li esse é o mais tranquilo e acho que mais assustador por esse mesmo motivo. Te incentivo a ler, conhecer e tirar as suas próprias conclusões.
Fica a dica e até breve.
Confira a resenha em vídeo
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