
Título: Cem Anos de Solidão
Autor: Gabriel García Marquez
Editora: Record
Páginas: 448
Ano: 2017
Gênero: Ficção/ Literatura Estrangeira/ Literatura Colombiana/ Romance
Classificação: 5 estrelas
Sinopse: Neste, que é um dos maiores clássicos de Gabriel García Márquez, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
E aí galera, tudo bem com vocês?
Cem anos de solidão é um clássico da literatura latina, um livro vencedor de nobel e em um primeiro momento uma história que me deixou muito curiosa, mas que ao mesmo tempo, eu confesso, demorei a começar a ler. Acho que às vezes acontece isso com os clássicos premiados – ao menos comigo – eu tenho vontade de ler, mas nunca é uma prioridade. Pensando em mudar isso eu coloquei o livro no desafio de leituras para o ano, incentivei meus amigos a fazerem uma leitura coletiva comigo e na minha segunda tentativa, a leitura fluiu que foi uma beleza.
Aqui nós vamos encontrar a história da família Buendía, os patriarcas Úrsula e José Arcadio saem da aldeia onde moravam e junto com um grupo de amigos decidem desbravar a região onde viviam. Eles partem e por um longo tempo não encontram o mar que era o grande objetivo deles, a jornada é dura e complicada e por esse motivo eles acabam se estabelecendo no local onde conseguiram chegar e lá fundam Macondo.
Macondo começa sendo mais uma aldeia que vai crescendo e progredindo conforme o tempo passa em paralelo a evolução da história da família Buendía. Os Buendía são bem peculiares, cada geração tem uma característica marcante e no fim são todos unidos por um tipo de solidão.
A cada nova geração nós vamos vendo como as histórias pessoais vão se desenrolando e como são interligadas, as decisões do passado influenciando o futuro até chegarmos a um grande desfecho que admito, quando li, soube imediatamente o motivo desse livro ter ganhado o nobel.
Vou falar agora sobre os meus personagens favoritos e os de que menos gostei e assim contar um pouco do enredo sem tantos spoilers rs.
Úrsula, a grande matriarca da família. Ela é uma personagem forte e de fibra, segura a onda de todo mundo e é o fio que mantém a família unida, ela não é perfeita, porém ela é presente, muito esperta e interessante. Outro personagem é o Melquíades, ele é um cigano que chega na aldeia levando grandes novidades tecnológicas e desperta o interesse do Buendía Pai e de outros membros das futuras gerações. Ele acaba se tornando tão querido por todos que acaba sendo adotado como uma espécie de avô da família rs.
O José Arcadio Buendía, ou como eu prefiro chamar, Buendía Pai também é muito interessante e de uma inteligência natural. Acontecem coisas que faz ele se perder, mas ele é uma figura tão marcante e imponente na história que eu me apeguei com força. Preciso falar sobre o Aureliano segundo que é o mais próximo de bom vivant que teremos nessa história rs, ele é divertido e o que leva a família a sua fase mais próspera.
Sobre os que menos gostei em primeiro lugar está o Coronel Aureliano… olha, tem situações que são difíceis de engolir e ele é o protagonista de uma dessas situações. Ele é muito importante para a história/família, é através dele que vivemos a parte política do livro. Esse registro é relevante porque retrata um período que toda a América Latina viveu e não poderia simplesmente passar em branco no livro, mas o que me faz desgostar tanto do Coronel é a figura dele mesmo, a personalidade e as diversas situações em que ele se envolve que não são positivas.
A Fernanda é outra que também é facilmente odiável, ela é a que mais promove modificações na família e devo dizer que é uma das responsáveis pelo futuro ruim da família. E a lista se fecha com a Amaranta, uma personagem amarga, mas tão amarga que até nos momentos em que deveria gerar empatia no leitor pela personagem é difícil conseguir sentir por ela.
Não dá pra falar sobre esse livro e ignorar as partes polêmicas que existem nele, lembrando é claro que em momento algum o autor exalta essas práticas como algo positivo, mas ele retrata um período em que essas situações eram mais comuns do que a gente imagina, e nesse caso eu falo especificamente sobre o casamento entre personagens em que a menina, que era ainda uma criança, se casa com um homem bem mais velho. Fora outros casos de incesto, pedofilia e racismo, mas como eu disse antes o autor não romantiza nada disso, ele apresenta como fatos que são possíveis de acontecer dentro de uma família, ainda mais naquele período.
Lendo com os meus amigos, esses assuntos nos fizerem conversar sobre e vimos um vídeo onde uma pessoa falava sobre tentar analisar a história dentro do contexto em que foi escrita e não com os filtros atuais, e isso serve para todos os clássicos e foi o que acabei fazendo para conseguir passar por essas questões e apreciar a leitura. Funcionou rs.
Essa resenha já ficou mais longa do que eu pretendia, mas gostaria de finalizar dizendo que a escrita é maravilhosa, a forma como o Gabriel vai interligando as situações e como os anos vão passando e a gente nem sente. Cada história vai se encaixando de forma fluida e quando a gente menos espera já se passaram cem anos… Eu amei tanto isso! A forma como a solidão também é retratada, cada personagem vivendo a “maldição” que aflige a família de uma forma única é um dos auges do livro e o desfecho… olha, é pra aplaudir de pé.
Genial.
Leiam, eu só tenho a agradecer por ter vivido a experiência da leitura de Cem Anos de Solidão.
Assista a resenha em vídeo
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