18abr • 25 12 livros para 2025, drama, Elena Ferrante, intrínseca, literatura estrangeira, Literatura Italiana, resenha, Romance

Resenha 474 Um amor incômodo

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Mais um livro do desafio dos 12 livros para 2025 finalizado com sucesso e eu gostaria muito de dizer que amei, mas não foi bem assim.

Elena Ferrante é uma autora italiana bem famosa aqui no Brasil por um outro título e eu escolhi ler esse livro pensando em conhecer a autora e para o meu projeto de leitura de volta ao mundo. Pensei em me jogar em uma leitura menor porque se não gostasse eu conseguiria terminar logo, ainda bem que fui esperta sobre isso rs.

Bom, o livro vai nos contar a história de Delia, uma mulher que acabou de descobrir sobre o falecimento da mãe e agora precisa lidar com os tramites que a morte traz e todos os sentimentos que vem com o luto. Delia e sua mãe, Amalia, não tinham o melhor dos relacionamentos, a sensação que tive nas primeiras páginas é que ela odiava amar a mãe, cuidava dela, mas tinha algo ali mal resolvido e ao final da história isso se confirmou.

Delia volta para a sua cidade natal para resolver as questões da casa da mãe, se desfazer de tudo e nesses poucos dias ela vai reviver lembranças que se confundem com o presente e torna a nossa narradora não muito confiável. Ela passa um tempo com o tio que é uma figura até bem interessante, muito canastrão e bem machista, ela reencontra também com Caserta, uma pessoa do passado que foi bem emblemático para sua família.

A família de Delia era bem complicada, a mãe sofria de violência doméstica e viveu assim por muito tempo até botar um ponto final no relacionamento com o marido e fugir com as filhas. Delia era a mais velha e viu diversas vezes esses episódios violentos de discussões e acusações, e essas situações marcaram sua infância, além de tudo o que seu pai dizia a respeito da mãe.

Amalia é apresentada para nós como uma mulher sem muitos pudores, suas atitudes eram motivadas por interesse, se ela sorrisse na padaria era porque estava dando mole para o padeiro e assim por diante, mas como eu disse, essa é a visão da Delia e essa percepção está maculada por mágoas e ressentimentos.

Esse é um daqueles livros que deveriam gerar uma certa empatia no leitor, mas não funcionou comigo. Não gostei dos personagens e mesmo ao final entendendo as atitudes e motivações da Delia eu não consegui gostar dela. A narrativa é enrolada e em alguns momentos parece que a gente está em um filme psicodélico em que tudo se confunde entre delírio e realidade. Não foi uma boa experiência.

Talvez para um leitor mais empático ou que tenha passado por situações semelhantes a da Delia, principalmente com a mãe, possa se identificar com algumas passagens, mas não é o meu caso e creio que por isso eu me incomodei muito com as atitudes da personagem. Nem as paisagens da Itália conseguiram me encantar, eu senti foi muito desgosto pelos homens de lá que são apresentados para nós como grandes machistas e até abusadores. Não foi uma boa leitura e por isso não indico.

Por um bom tempo ou talvez nunca mais eu leia Elena Ferrante.

Fica a dica e até breve.

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