
Título: A Árvore da Dança
Autor: Kiran Millwood Hargrave
Editora: Record
Páginas: 308
Ano: 2024
Gênero: Ficção/ Literatura Estrangeira/ Literatura Inglesa/ Romance Histórico
Classificação: 2 estrelas
Sinopse: Estrasburgo, 1518. Durante um verão escaldante, uma mulher solitária começa a dançar na praça da cidade. Ela dança por dias, sem parar, sem descanso. Logo, não é a única. Mais e mais mulheres se juntam a ela. Quando o número chega às centenas, os Vinte e Um, os homens que comandam Estrasburgo, declaram estado de emergência e contratam músicos para livrar a multidão dessa praga de loucura.
Enquanto isso, fora da cidade, Lisbet mora com o marido e a sogra em uma fazenda, onde cuida das abelhas, fonte de sustento da família. Está grávida de novo, a décima terceira gravidez, mas agora espera que o bebê sobreviva, espera não o perder em um sangramento, espera não precisar pendurar mais uma fita em sua árvore-santuário em memória a um ser humano que nunca viu a luz.
Embora Lisbet esteja afastada do frenesi de dança que aflige as mulheres, sua vida tranquila é perturbada pela chegada da cunhada. Nethe passou sete anos no exílio, cumprindo penitência em um mosteiro nas montanhas por um crime que ninguém tem coragem de dizer qual foi. Um segredo que Lisbet, porém, está determinada a desvendar.
Assim, conforme o som de mil pés dançantes e litanias religiosas inúteis dominam a cidade, Lisbet se vê enredada em uma perigosa trama de falsidade e paixões proibidas.
A árvore da dança é uma verdadeira lição do que significa ser mulher no século XVI, um período de superstições e descobertas extraordinárias, de perigos e medos.
Preparados para uma decepção literária? Bora lá então.
Vocês costumam usar o tik tok? Eu caí por lá e acabou se tornando um hábito gastar alguns minutos (horas kkk) da minha vida nessa rede social. Um tempo atrás, com a ajuda da IA, surgiram vários vídeos simulando como seria se você nascesse em determinada época ou algo tipo, um dia na idade média, um dia como discípulo de Jesus ou como Cleópatra e assim por diante. Até que me apareceu um falando sobre a epidemia da dança que aconteceu na França no século XVI, eu achei muito interessante e fui pesquisar sobre o assunto, afinal eu também sou bailarina rs, e a minha surpresa foi maior ainda quando soube de um livro ambientado nessa época e sobre esse assunto, obviamente eu precisava ler.
O livro vai contar a história de Lisbet, uma mulher que está casada a um bom tempo com Henne, um fazendeiro de Estrasburgo. Eles vivem na fazenda da família e possuem uma criação de abelhas, e a principal renda da família é a apicultura, e algo que Lisbeth ama fazer é cuidar das abelhas e ela faz isso com maestria, porém esse trabalho está ameaçado.
Estrasburgo está vivendo um dos piores períodos de seca já registrado, as pessoas empobrecendo e morrendo cada vez mais, o calor é intenso e junto com esses problemas da natureza eles vivem um período de intensa religiosidade, homens que em nome de Deus se acham no direito de mandar e desmandar na população, inclusive nos bens deles. É com esse argumento que a criação de abelhas acaba ficando ameaçada e o marido de Lisbet precisa viajar até outra cidade para defender no tribunal os bens da família.
Mas esse é só um dos muitos problemas que Lisbet enfrenta, ela é uma mulher que sofreu muitos abortos e agora está grávida novamente, porém vive a incerteza de se seu filho vai vingar ou não. Para homenagear todas as suas perdas ela faz um memorial dentro da floresta em uma árvore que leva o título do livro, lá ela pendura fitas e deixa oferendas para todas as suas crianças, é um lugar secreto e precioso para nossa protagonista.
Lembram que eu disse que a cidade estava passando por um período de calor e seca intensos? Naquela época os lugares também não eram conhecidos pelo saneamento básico rs, então imaginem o estado de calamidade em que as pessoas viviam… É nesse cenário que aparecem as dançarinas. Primeiro uma mulher que aleatoriamente começa a dançar e logo vão se seguindo outras e outras até se tornar uma situação praticamente incontrolável.
Esse é o cenário que Lisbet vive, com uma epidemia acontecendo, prestes a dar a luz, com o negócio da família sendo ameaçado e preciso adicionar o retorno da cunhada, uma figura misteriosa que estava enclausurada por um motivo que a princípio não é revelado.
Olhando tudo isso o livro parece ser bem promissor, certo? E era mesmo, mas não dá certo. A autora tenta abraçar tudo e todos e no fim não abraça ninguém. O problema das abelhas fica em terceiro plano porque o marido da Lisbet vai resolver isso e só volta no final da história, o lance das dançarinas também não tem grandes explicações e o mistério da cunhada eu matei pouco depois dela aparecer e se vocês lerem também vão entender logo.
A história da Lisbet poderia ser contada em qualquer período e em qualquer contexto porque ela acaba sendo um tanto genérica e atemporal. Até hoje existem mulheres infelizes nos relacionamentos, mas que não conseguem sair dele, até hoje existem mulheres que infelizmente perdem suas gestações por N motivos que a medicina ainda não consegue explicar e precisam seguir em frente. Ainda existe preconceito de diversas formas… Agora o que motivou a autora a escolher ambientar o seu livro nesse momento não fez muito sentido.
Se você coloca um fato histórico como pano de fundo para a sua história e não vai nem explorar ele de forma decente é melhor não fazer. Eu no mínimo esperava que a Lisbet caísse também na histeria da dança, mas não rola. O máximo que nós temos é umas poucas palavras sobre as mulheres que por algum tipo de problema acabaram surtando e começaram a dançar. Obviamente isso é criação da autora e tá tudo bem, ela também escolheu colocar só mulheres dançando, o que não aconteceu na vida real – homens e mulheres dançavam -, mas assim funcionava melhor para o enredo e ok, isso é aceitável.
O livro me aborreceu demais, quanto mais eu lia, mais eu queria jogar o kindle longe e só cheguei ao final para dizer pra vocês não lerem kkk – tô brincando, eu confesso que queria saber o desfecho pra poder falar com propriedade e por isso estou aqui. Eu li junto com Raquel e Michelli e nossas opiniões foram muito semelhantes, até o número de estrelas foram os mesmos, o que a autora fez de mais interessante, a relação com as abelhas, ela conseguiu estragar no final, por isso não indico a leitura.
Aqui é só decepção atrás de decepção.
Fica a dia e até breve!
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