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Resenha 481 Os Sussurros

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Vocês já leram um livro e mesmo não gostando dele tiraram coisas interessantes para falar sobre? Foi esse o caso com Os Sussurros, eu não gostei do livro, não gostei das personagens, aquele típico livro de personagens que não geram empatia e sim muito desgosto, mas ao final eu tinha muita coisa para falar e eu quero comentar isso com vocês, bora?

Bom, o livro vai nos apresentar um recorte da vida de quatro mulheres, elas são vizinhas e existe um certo grau de proximidade entra elas, tudo gerado obviamente por serem vizinhas. Em um dia comum acontece um acidente, o filho de Whitney, Xavier, cai da janela do quarto e está entre a vida e a morte no hospital, isso gera uma comoção entre a vizinhança e desperta muita curiosidade e especulações entre os mais próximos a família de Xavi.

Blair é a melhor amiga de Whitney, tem uma filha e um casamento que está indo ladeira abaixo. Ela se coloca na posição de prestar ajuda a amiga, mas as coisas não saem como ela esperava. Nós conhecemos também Rebecca, uma médica da emergência e que presta os primeiros socorros a Xavier assim que ele chega ao hospital e o mais chocante para ela é o reconhecer como o filho de seus vizinhos. Por último nós temos Mara, ela é uma portuguesa que se mudou para o bairro quando tudo era bem mais simples, a mais velha do quarteto e frequentemente muito ignorada pelos vizinhos, porém muito observadora… a famosa velha fofoqueira rs.

Todas têm seus segredos, traumas e questões que precisam ser resolvidos e o acidente só expõe as faltas que elas observam em si mesmas ao se compararem umas com as outras e é isso que torna o livro interessante e o motivo que eu li até o final.

A seguir pode ser que algumas pessoas considerem spoiler o que vou escrever, então sinta-se avisado, você seguirá a leitura por sua conta e risco.

Não posso continuar essa resenha sem abrir algumas questões sobre o livro e essas personagens. Aqui o foco é nas mulheres e a visão que elas possuem de si e das outras ao redor, vou analisar cada uma a seguir.

Whitney é aquela mulher de sucesso, que todo mundo olha e admira. Ela é linda, tem filhos lindo, é bem-sucedida, tem o marido perfeito e se fosse pra escolher uma família para o comercial de margarina seria essa, mas eles não são perfeitos. A verdade é que Whitney nunca quis ser mãe, ela achava que precisava cumprir esse papel e por isso teve o primeiro filho, mas não era algo que ela sonhava. A pressão do cargo e da vida fez com que ela buscasse diversas formas de escape… ela se compara muito com Blair que em contrapartida é a mãe perfeita. Elas têm uma amizade baseada na inveja e não é nada saudável.

A Blair é a mãe perfeita, super cuidadosa com a filha, meio obcecada por ela, mas não suporta o próprio marido, acredita que está sendo traída por ele e quando olha pra Whitney ela vê tudo o que ela gostaria de ser e não é. Ela tem umas atitudes bem doentias e que ferem a confiança de uma amizade, não dá pra gostar dela.

Já a Rebeca tinha tudo para ser a mais “normal”, mas a obsessão da vida dela é poder gerar e ser mãe. Ela já tentou diversas vezes e sofreu muitos abortos, isso fez com que o casamento dela se desgastasse e o que aparentemente era maravilhoso acabou se tornando um fardo. No momento do livro ela está grávida e esconde isso do marido porque eles tinham concordado em não tentar mais, mas obsessão é obsessão… Minha crítica nessa parte é que a autora não citou os motivos das perdas e qual seria o problema que impedia os bebês de vingarem, isso é muito ruim por ser um assunto bem atual e muitas mulheres enfrentam as mesmas questões além de ser bem traumático. Ela foi a personagem mais ok do livro porque eu consegui me sensibilizar com a situação dela.

A Mara, coitada, era esquecida pelos vizinhos e até pela autora. Das mulheres foi a que menos apareceu apesar de ter uma história interessante, uma imigrante que tinha um filho especial e que sofreu demais ao longo da vida. Era a mais observadora da vizinhança e sabia tudo o que se passava… até quem tinha casos extraconjugais rs.

O livro se passa durante o período de hospitalização do Xavier e cada mulher tem seu ponto de vista, então estamos na cabeça de cada uma em momentos diferentes e como eu disse, não são personagens admiráveis. Para mim essa é a história de pessoas que se odeiam, mas que convivem e precisam ser simpáticas umas com as outras. Apesar de tratar de questões psicológicas da natureza humana, eu não consegui gostar do livro. Não faz o meu estilo e eu sei que não escolheria ele aleatoriamente em uma livraria, mas se você gosta de analisar a mente e ver o quão esquisito o ser humano pode ser, leia.

Fica a dica e até breve.

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