14dez • 15 Fantasia, literatura estrangeira, resenha

Resenha #127 Prince of Thorns (Trilogia dos Espinhos #1)

Título: Prince of Thorns
Série: Trilogia dos Espinhos
Volume: 1
Autor: Mark Lawrence
Ano: 2013
Editora: Darkside
Gênero: Fantasia
Classificação: 5 estrelas

Sinopse: Tem início a Trilogia dos Espinhos: Ainda criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente sua pele, e sua alma. O príncipe dos espinhos se vê, então, obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe ensinaram.

 

“As opções podem fugir de mim, 
mas fugir não é uma opção. Não para mim.”
 
“Agarre-se a uma coisa por muito tempo, um segredo, um desejo, 
talvez uma mentira, e ela moldará você.”

 

Insano. A dose de loucura é tão alta que faz todo o sentido. Haha! Ok, vocês não estão entendendo nada, então vou dar uma luz para vocês, meus queridos leitores. Esta é mais uma resenha apaixonante, mas o gênero é outro completamente diferente. Mark Lawrence é um gênio … e dos grandes! Ao começar esta trilogia, conforme as páginas eram viradas, eu me peguei pensando: POR QUE EU NÃO LI ISSO ANTES? QUE LIVRO BRILHANTE!
Prince of Thorns, primeiro livro da Trilogia dos Espinhos, lançado pela Darkside em 2013, conta a história do Príncipe Honório Jorg Ancrath, um garoto de 13 anos que irá te deixar com arrepios … e não, isso não é bom, meninas! A história de Jorg, um menino e príncipe que foge do palácio onde vive após o assassinato de sua mãe e irmão mais novo, e vai viver com uma irmandade de assassinos com apenas 10 anos, começa com uma cena a la Martin: muito sangue e violência.

O livro é narrado todinho por Jorg, que alterna entre o presente e o passado, fazendo com que o leitor entenda tudo que o levou a ser como ele é: cínico, sarcástico, frio, calculista, cruel. Tudo que uma criança não deve ser, mas que Jorg acabou se tornando, após presenciar o assassinato de sua mãe e irmão, preso pelos espinhos de uma roseira brava, o que faz com ele quase morra. Após descobrir o responsável por tal coisa, o príncipe só quer saber de vingança, e é aí que algo se rompe dentro dele. Ele é o tipo de personagem que não deveria despertar simpatia, mas é impossível não amar. Ele é um anti-herói cheio de defeitos assustadores, e é tão imperfeito que acaba sendo perfeito.

 

“O que me dá sede é matar.”

“Guerra, meus amigos, é uma coisa bela.”

“Sou conhecido por ser contraditório. 

Quando algo me empurra, eu empurro de volta.”

 

Após fugir com uma irmandade de assassinos jurados de morte por seu pai, e também  facilitar sua fuga do palácio, já que eles estavam presos nas masmorras do castelo, Jorg vai se tornando cada vez mais sanguinário e cruel, mas também mais manipulador, inteligente e sagaz. Depois de quatro anos na estrada com estes homens, Jorg acaba se tornando seu líder, e levando seus homens à um destino onde ele promete riquezas e a conquista do Império que se encontra destruído.

 

“Com freqüência, eu deixava a dor me guiar. 
Mas estava cansado de ser um peixe que mordeu a isca. 
Estava pronto para morder o inimigo.”

 

Ele faz algumas decisões que o desviam um pouco de seus objetivos originais, e fazem com que ele volte para casa após quatro anos, quando todos pensavam que ele estava morto. Isso causa um rebuliço e fazem com que situações malucas e imprevisíveis aconteçam. É de ficar com os nervos à flor da pele.
Prince of Thorns tem uma pegada medieval, com um toque de Game of Thrones, e muitas citações filosóficas, e um grande toque de Maquiavel. Não, este não é um livro com passarinhos e arco-íris, mas sim uma história recheada de muito sangue e demonstração de poder.
Durante o livro Jorg faz tudo que pode (e até o que não deveria) para alcançar seus objetivos, mas em determinada parte, ele começa a se questionar se suas ações são realmente suas ou se ele estaria sendo manipulado. O que parece uma loucura, mas nem tudo é o que parece ser. Enfim, ele havia declarado que até seus quinze anos seria rei, e acredite, é melhor não duvidar desse garoto. Ele é impossível!
O livro é recheado de tudo o que uma boa fantasia deve ter, e é do tipo que, quando terminada a leitura, você se pega pensando (ou gritando): ISSO SIM É LITERATURA! E gente, que literatura! O livro não somente é bonito e bem revisado, e tem uma diagramação maravilhosa. Enfim, TODO MUNDO SABE QUE A DARKSIDE MANDA BEM EM SUAS PUBLICAÇÕES. Mas a beleza de tudo isso foi ficar até as 4 da matina lendo uma preciosidade; o tipo de história que não se encontra com tamanha facilidade hoje em dia. E não, não é nem um pouquinho mais do mesmo.
Esta história conta com personagens extremamente bem construídos, uma narrativa show de bola com um ritmo frenético e muito bem amarradinha. Mark Lawrence não deixa nenhuma ponta solta, o que é FANTÁSTICO em uma trilogia, porque hoje em dia estamos acostumados a chegar ao fim do livro com uma bomba que explodiu na sua cara e só irá recolher seus caquinhos e reconstruí-los na continuação que sai daqui a um ano (ou mais). Não, meus queridos, não mesmo! Tio Mark encerra a primeira etapa da jornada de Jorg com um ótimo final, que não te deixa desesperado pelo próximo livro por esconder alguma coisa, mas sim porque você precisa continuar vendo as peripécias de Jorg.
Ah mas o que mais acontece, Raquel? Não vou contar. Mergulhe de cabeça sem medo de se machucar lá no fundo. Você não irá se arrepender, é sério!

 

“[…] seja qual for o monstro que deve haver em mim, sempre fui eu, 
minha escolha, minha responsabilidade, minha maldade, se você preferir. 
É o que sou.”
 
 

confira também os Posts Relacionados

Comente com o Facebook

Deixe seu comentário