22ago • 17 Fantasia, lançamento, Literatura Nacional

Resenha #199 Mundos Paralelos – A Ponte + Entrevista e Sorteio

Título: Mundos Paralelos – A Ponte
Autor: Rosana Ouriques
Editora: Editora Insular
Gênero: Fantasia
Páginas: 226
Ano: 2017
Classificação: 3 estrelas

Sinopse: Desde que o deus Uno se dividiu e se despedaçou, os mundos superior e inferior e seus respectivos seres lutavam para sobressaírem-se, obtendo o domínio dos mundos paralelos. Os que eram essencialmente bons queriam que o bem dominasse; os que eram essencialmente maus queriam que o mal reinasse, mas não era assim que deveria acontecer. Para que o equilíbrio fosse restaurado, tanto o bem quanto o mal eram necessários. A dualidade existia para que a harmonia fosse alcançada. O deus Uno havia se fragmentado para que cada partícula de sua essência pudesse alcançar o conhecimento e assim, evoluir. Na verdade não existiam opostos, apenas intensidades diferentes. O bem é tão somente o mal em sua menor intensidade; e o mal é igualmente o bem em seu menor grau, mas um não pode existir sem o outro. Ambos nasceram de uma mesma fonte. Ambos possuem a essência um do outro. Ambos são um.

 

Olá meu povo, como estão?
A resenha da vez é de um livro nacional, quem nos acompanha aqui no blog sabe o quanto amamos falar e dar visibilidade para autores nacionais e dessa vez, lhes apresento Mundos Paralelos – A ponte, primeiro livro da série Mundos Paralelos.
Em A Ponte conhecemos Angak, uma jovem muito curiosa, que deseja expandir seus conhecimentos sobre os deuses, sobre o mundo e si própria. Porém esse desejo não é tão simples de se obter, primeiro porque os Anciões detêm para si a principal fonte de estudo que só poderia ser acessada no período certo do ano e de acordo com as cerimônias. Mas isso não impede nossa protagonista de ir atrás do que quer.

 

Angak vive com sua irmã mais velha, Anah. Elas perderam os pais cedo e desde então sobrevivem da melhor maneira possível sozinhas. Anah é uma sacerdotisa da terra, ela tem profundo conhecimento de plantas e as estuda com prazer. Como irmã mais velha, assume a criação de Angak. Nossa mocinha conta ainda com Maya, sua melhor amiga. Maya é aquele tipo de amiga que está sempre por perto para animar e ajudar, as duas tem uma relação muito bonita.
“Você deve ser quem é e não quem os outros esperam que você seja. Precisa aceitar o seu eu nesta fase de sua vida, mesmo que para isto seja necessário opor-se a certos conceitos e valores.”
Paralelo a isso, no Mundo Superior, os filhos dos deuses precisam cumprir uma missão muito importante: proteger e preparar Angak para o que viria a seguir. O momento do deus Uno voltar estava próximo, em seu mundo Angak não faz ideia, mas ela tem um papel muito importante.
Ao longo do livro vamos vendo a ação dos seres superiores e inferiores na luta para proteger ou destruir Angak, nossa mocinha enfrenta diversas adversidades em sua jornada, por sorte ela pode contar com o auxílio de Anah, Maya e Nandecy, uma senhora que já pertenceu ao clã dos anciãos e acaba se tornando uma guia para Angak em sua busca por conhecimento.
A jornada da Angak por auto conhecimento e liberdade é interessante, o livro é cheio de discussões filosóficas sobre em que acreditar, em como alcançar a liberdade completa de mente e assim encontrar paz consigo mesmo. A importância de enfrentar as consequências por nossas ações e escolhas, tudo isso Angak enfrenta o que a torna mais forte.
“Penso que somos livres para sentirmos tudo a que um ser humano está sujeito, que somos livres para refletir, analisar, pensar e acreditar naquilo que nosso coração se inclinar. Penso que liberdade é ser eu mesma, de maneira integral e viver tudo o que a vida tem para ser vivida em cada fase, sem vergonha ou arrependimentos.”
Outro ponto interessante foi a escolha que a autora fez ao inserir os seres superiores e inferiores na história. Eles não aparecem de forma espetacular como estamos acostumados em livros de fantasia, como são filhos dos deuses elementos (água, terra, fogo e ar), eles se manifestam como seres pertencentes a esses elementos, planta, animais, etc e dessa forma eles influenciam as situações. Eu achei isso genial.
Esse é um livro em que você vê claramente uma dedicação da autora, um bom trabalho de pesquisa e criação, o que considero mais um ponto positivo, porque a literatura atual tem perdido muito por causa de autores preguiçosos. Não é o caso da Rosana, ela criou e fundamentou um novo mundo super interessante e por isso aplausos!
“O inverno da vida. É no inverno, quando se perde toda beleza, toda cor, quando todos são despojados de toda certeza e verdade; é aí que todos se tornam mais fortes.”
É claro que nem tudo são flores, e eu vi alguns problemas no livro que merecem ser citados e comentados. 1. Eu senti falta de um glossário, quando um mundo novo é criado, com elementos bem distintos dos que nos é comum, existem duas opções para o autor: ele nomeia esse novo elemento ou cria um glossário. Caso não faça isso, vai cair na máxima de ficar repetindo explicações e descrições ou pior, o leitor vai boiar…
2. Quebra de ritmo. Em vários momentos eu senti uma quebra no ritmo do livro, nós víamos algo acontecer de ação para depois sermos jogados para alguma descoberta/análise filosófica da Angak ou de outro personagem. Por mais que eu tenha achado interessante e fascinante esses momentos, eles aconteciam em situações aleatórias o que acabava roubando a emoção de alguma outra cena. Complicado…
3. Me incomodou também não poder me localizar em algum momento histórico, me pareceu no inicio que a história se passava em um período medieval, mas depois apareceu um navio que apitava… não se encaixa né. Fora a passagem de tempo dentro do próprio livro, não sabia se tinham se passado anos ou apenas dias em alguns momentos. Foi #tenso. Também não gostei da estrutura dos últimos capítulos, um novo personagem é inserido e o foco da história muda para ele e Angak e todos os outros são esquecidos por pelo menos 3 capítulos. Várias coisas interessantes acontecendo e a gente sem poder acompanhar por causa do foco narrativo ter sido alterado. Um romance que não me conquistou, mas como tem continuidade pode ser que me conquiste no próximo livro rs.
Para encerrar vou falar sobre a edição, eu adorei a capa, acho que combina muito bem com a vibe do livro e a proposta da história. Mas só isso. O livro tem graves problemas de revisão, o que eu considero um desrespeito com o autor, leitores e a literatura nacional. Independente de ser uma editora pequena ou não, acredito que deveriam ter um cuidado maior com os nossos autores. Existe uma média de erros perdoáveis, mas não é esse o caso. Editora Insular, mais atenção por favor!

Apesar das críticas, ainda indico o livro por acreditar que ele trata de assuntos interessantes que valem a pena serem discutidos (esse é um ótimo livro para um buddy read, alô clubes de leitura!), é criativo e com um bom lastro. Espero que vocês tenham gostado da resenha, não deixem de comentar, ler a entrevista com a autora e participar do sorteio. Confira as regras logo a seguir!

 

Entrevista com a autora de Mundos Paralelos, Rosana Ouriques.

1. Rosana, nos conte um pouco sobre como surgiu a série Mundos Paralelos.

Rosana Ouriques: Sempre fui uma leitora ávida e fascinada por mitologia. Também tive minha própria jornada pela espiritualidade, buscando as maravilhosas verdades contidas em cada religião e cultura. Assim, desejei contemplar em uma história características e conceitos de todas quando fosse possível. Foi aí que surgiu não apenas o livro “Mundos Paralelos, a ponte”, mas uma série com títulos que abrangem as questões da nossa própria existência humana, nossas relações e o universo mitológico e fantástico. A literatura de fantasia é um campo amplo e rico onde temos a oportunidade não apenas de criar, mas também de adaptar histórias já contados, como é o caso dos mitos.



2. Com qual personagem você mais se identifica?

RO: Acredito que como autora eu me revelei um pouco em cada personagem, mas com certeza me identifico mais com a personagem principal Angak. Quando comecei escrever o primeiro livro da série MUNDOS PARALELOS minha intenção a princípio era salientar a crise existencial pela qual passei tardiamente aos 28 anos de idade, além de criar um universo novo e fabuloso. Essa crise e a busca por conhecimento e superação foi bem descrita no início do primeiro livro quando retrato Angak ainda adolescente e no final do livro quando ela descobre verdades sobe sua própria origem. No segundo livro que será lançado oficialmente dia 04 de novembro, Angak enfrenta outro desafio: a maternidade. E nesse ponto da história eu também revelo um pouco sobre os desafios do amor materno. Além, é claro, de conduzir o leitor a uma viagem pela mitologia.

3. O que podemos esperar para o futuro de Angak nos próximos livros?

RO: Bem, o primeiro livro terminou com dois finais distintos. Destes dois finais teremos as sequencias: “Mundos Paralelos, em busca da fonte” que será lançado em novembro e “Mundos Paralelos, a descoberta do elixir” com lançamento previsto para maio de 2018. Em todos os livros da série Angak permanece como personagem central, mas outro personagem acaba tendo destaque também. Lembrando que os livros são narrados em realidades paralelas de uma mesma história. Angak tem muito para descobrir sobre si mesma e sobre os quatro mundos paralelos e seus habitantes.

4. Sobre a literatura atual e como autora no Brasil, o que tem sido mais desafiador nessa jornada?

RO: No momento o maior desafio tem sido escrever e tentar lançar a saga mundialmente ao mesmo tempo em que trabalho como professora e “gerencio” minha família. Para tanto me custa muito tempo e também recursos financeiros. E como para qualquer artista, o início da carreira requer bastante empenho e persistência. Mas os leitores brasileiros são generosos e estão se apaixonando pela saga MUNDOS PARALELOS.

5. Qual recado você gostaria de deixar para os nossos e seus futuros leitores?

RO: A leitura abre os portais para outros universos, outras realidades que talvez sejam tão reais quanto essa nossa aqui. Meu conselho é que continuem buscando o novo e atravessando a passagem que conduz a outros mundos. A leitura é algo fascinante! Venha!

 

Perfil da autora:

Rosana Ouriques nasceu em 5 de outubro de 1972, filha de José Carlos Ouriques e Maria Bernadete Melo Ouriques.
Forou-se no magistério em 1991, cursou licenciatura em Ciências da Religião e pós-graduou-se em Fundamentos e Metodologia em Ciências da Religião na Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB, em Santa Catarina. Professora na rede pública e particular de ensino há 20 anos.
Escreveu artigos para o Jornal de Santa Catarina, palestrou em diversos eventos e foi consultora para elaboração de Proposta Curricular para o Ensino Fundamental em três municípios do estado onde reside.
É casada e mora com os filhos em Itapema, no litoral catarinense, juntamente com seus dois gatos e dois cachorros. Protetora dos animais, adora cozinhar, vinhos, livros, cinema e caminhadas à beira-mar.

Sorteio! #Adoro

Quer ganhar esse kit super especial do livro Mundos Paralelos – A Ponte? Então passa lá no Instagram do GeL (@garotasentrelivros) e participa!

O sorteio será feito no dia 22/09/17 e o vencedor tem até 5 dias para retornar nosso contato, não respondendo, iremos realizar novo sorteio.

Boa sorte!

 

 

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