09ago • 14 intrínseca, lançamento, resenha

Resenha #47 Não Se Apega, Não

Título: Não se Apega, não.
Autor: Isabela Freitas
Editora: Intrínseca 
Ano: 2014
Páginas: 256
Classificação: 1,5 estrelas

Sinopse: “Tudo começa com um ponto-final: a decisão de terminar um namoro de dois anos com Gustavo, o namorado dos sonhos de toda garota. As amigas acharam que Isabela tinha enlouquecido, porque, afinal de contas, eles formavam um casal PER-FEI-TO! Mas por trás das aparências existia uma menina infeliz, disposta a assumir as consequências pela decisão de ficar sozinha. Estava na hora de resgatar o amor-próprio, a autoconfiança e entrar em contato com seus próprios desejos.

Parece fácil, mas atrapalhada do jeito que é, Isabela precisa primeiro lidar com o assédio de um primo gostosão, das tentações da balada e, principalmente, entender que o príncipe encantado é artigo em falta no mercado.
Isabela Freitas, em seu primeiro livro, narra os percalços vividos por sua personagem para encarar a vida e não se apegar ao que não presta, ainda assim, preservando seu lado romântico.”
“O desapego não é a indiferença, covardia ou desinteresse.
O desapego é se libertar de tudo aquilo que faz mal e causa sofrimento. 
Desapegar é sinônimo de se libertar. Soltar as algemas. 
Colocar asas. Se permitir voar novamente. 
O desapego é aceitação, é o desprendimento.”
Pág 221
A agitação da noite de autógrafos da autora somando-se à pressão do vendedor naquele dia do lançamento do livro, fez com que eu o comprasse.
Quando eu cheguei à livraria, com aquela algazarra sem saber exatamente o que estava acontecendo, vi um livro rosa fofo com as pessoas da fila mas não sabia do que se tratava, ao chegar no caixa, vi ali a pilha de livros e perguntei sobre o que era, o vendedor vendo a chance de faturar, vendeu seu peixe e eu fui lá e comprei.

Topei com a classificação do livro “Ficção Infanto Juvenil” e fiquei um pouco surpresa, não esperava que fosse uma ficção e muito menos infanto juvenil.
Virando a página nos deparamos com as 20 regras do desapego.

 

 

A editora fez uma folhinha com partes destacáveis com essas regrinhas que achei bem interessante e pensei que o livro se focava em discutir mais sobre cada uma delas, uma espécie de manual. O que não foi bem assim.

 

Conhecemos a personagem Isabela.


Humm isso é uma ficção ou uma auto biografia?
Ela vai contar sua história a partir de quando decidiu dar o fim em um longo relacionamento, os rolos que vieram em seguida, passando por uns flash back. No geral toda sua trajetória amorosa, citando também sua relação com os amigos e família.
O livro começa com uma narrativa meio auto ajuda e lá pela página 78 eu já estava ficando um pouco entediada. Depois ela começa a contar a sua história. A narrativa fica indo e vindo. Hora historinha, hora reflexão.Varias vezes ela me pareceu incoerente e repetitiva.
Quantas vezes eu precisava saber como ela era fisicamente?!
Ela generaliza um pouco dizendo que a mulher é frágil, inocente que está esperando pelo príncipe encantado.Que precisa daquele amor, amor não, paixão avassaladora que no fim se torna decepcionante, para então se tornar mulher, como se isso fosse um ritual de iniciação. Nesse caso posso ter interpretado errado, mas se foi isso o que ela quis dizer, eu ainda estou na adolescência.


“Será que agora você entende a importância de ter 
o seu coração dilacerado por algum idiota?
Cair menina, se erguer mulher.” Pág 22

 

O livro é sobre não se apegar e parece um pouco irônico devido algumas situações e relatos da personagem no passado que simplesmente não aguenta ficar sozinha, marca encontro com um em um dia e com outro no dia seguinte. Idealiza mil relações perfeitas. Ponto pra sua insistência. Não tenho problemas com isso, mas a considero carente demais, imatura e insegura. Emotiva? Com certeza.


“Eu sempre tive alguém a meu lado. Eu não sabia o que era dormir 
sem uma mensagem de boa noite, eu não sabia o que era não ouvir um 
eu te amo” todos os dias, não sabia o que era sair de casa sem dar 
satisfações a alguém. Eu não sabia o que era viver. Eu não sabia 
o que era “eu” sem algum” você”. 
Pág 34

 

 

As eternas menções a conto de fadas, príncipes, princesas e derivados. OMG como aquilo me cansou.

 

 

A linguagem usada pela personagem para as falas e pensamentos tanto dela quanto dos outros é um bocado infantil. Ok, é um infanto juvenil, mas achei demais para a proposta do livro. Além das vezes que ela fala em voltar a ser criança e/ou comparando como era simples na infância por causa disso ou daquilo, foram maçantes. Notei que todas suas relações e personagens são bem clichês. Não que eu tenha algo contra, gosto de clichês, mas…
A personagem não ganhou a minha simpatia, nem os amigos, os rolos e quem mais fosse. Algumas vezes notei que ela tentava fazer piada mas eu não ri. Teve alguma coisa engraçada? Sim, ou melhor foi sem noção, dei risada do ridículo apenas.
Nos 4 últimos capítulos eu já estava cansada da historia + reflexão e do mimimi eterno. Não tenho paciência pra esse tipo de personagem.

 

Agora vem o melhor do livro o
A edição, a capa é super fofa e chama atenção, de um tom de rosa dos meus favoritos, por dentro então atenção aos detalhes, tudo muito delicado, a diagramação nota 10 tudo perfeito, dava um prazer de se ler, não pela historia em si. A Intrínseca fez um ótimo trabalho, os marcadores também são uma gracinha, tudo isso atrai o leitor e marcou pontos.

 

O que serve pra um nem sempre serve pra outro. No meu caso não funcionou. Achei que seria uma leitura rápida mas se enrolou por mais de um mês, as similaridades que a autora tem com a personagem me deixou uma interrogação, até onde era ficção e não era. No fim já estava…

 

 

Algumas pessoas podem se identificar com a personagem e dar risada de algumas situações. Minha pontuação baixa é devido especialmente à personagem que não só não me cativou como me irritou e entediou bastante. Ainda acho que se ela tivesse focado nas regrinhas do desapego, dissertando-as com um final refletivo eu teria gostado mais.
Não estava esperando uma história cheia de drama teen, o que no meu caso foi uma decepção. Não nego que existem pessoas presas em relacionamentos que não fazem bem e que não conseguem largar e tocar a vida pra frente, dou crédito a autora por abordar a intensidade do apego e a dificuldade em desapegar.Compreender que isso não faz bem e amadurecer.
Se você curte as novas temporadas de malhação e quer uma leitura leve sobre rolos e dramas amorosos.
Vai fundo, sua conta em risco.

 

“Desapegar; remover da sua vida toda e qualquer coisa que te atrase, 
reprima e torne o seu coração pesado. É hora de encarar a si próprio. 
O desapego não vem na mesma velocidade que o apego.”
Pág 249

PS: A autora no momento está namorando. 

 

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